1976
Ele trouxe o modelo da ACIA de Araçatuba
Bancário, logo que assumiu a presidência da ACIAR, Olvino foi transferido para o Paraná
O bancário Olvino Batista de Oliveira chegou a Registro em 1968 para assumir a gerência do extinto Banco Bandeirantes que, na época, era o último colocado no ranking das agências da cidade, em número de clientes e depósitos, e estava para ser fechado. Dois anos depois, em 17 de fevereirode 1970, ao lado do então prefeito de Registro, Jonas Banks Leite, do presidente da Câmara, Antonio Xavier de Oliveira, e do prefeito de Pariquera-Açu, Nírcilio de Ramos e do líder da Colônia Japonesa, Hiroshi Sumida, ele compôs a mesa de autoridades na assembleia de fundação da Associação Comercial.
Não foi por acaso que Olvino figurou no seleto grupo de autoridades daquele momento histórico. Logo que chegou à cidade, transferido de Araçatuba, Olvino passou a se relacionar com o empresariado e sentiu falta de organização de classe. Ele propôs, então, a criação da Associação Comercial e trouxe de Araçatuba cópia do regimento que inspirou os ideais da entidade. O nome da ACIAR também foi ideia sua, que pretendia reunir, numa mesma entidade, vários segmentos econômicos.
A primeira reunião para fundação da Associação aconteceu no RBBC do centro da cidade. “Como eu tinha muito contato com agricultores, foram muitos produtores. Lembro, como se fosse hoje, as pessoas entrando no RBBC”, diz Olvino. Em Araçatuba era realizada anualmente a Festa do Boi Gordo e, inspirado naquele modelo, Olvino propôs a realização da Festa do Chá, “ para mostrar o chá de Registro para o Brasil”. Posteriormente, o evento deu origem à Expovale.
Várias reuniões aconteceram na Ford, onde trabalhavam João Peres e João Sakô, que integravam o grupo que discutia a criação da entidade. “Apesar de ter encabeçado a fundação da Associação, eu não queria cargo nenhum”, afirma Olvino, ressalvando que acreditava muito na entidade como instrumento para fortalecer o comércio. Ele lembra que havia um grande grupo compondo a Associação e cita, entre outros, João Camillo, Elói Momesso (que era gerente das Casas Pernambucanas), Wilson Nuño e João Carlos Fernandes, além do advogado Roberto Franco. João Peres tornou-se o primeiro presidente e a primeira sede da ACIAR foi em cima do Banco Bandeirantes.
Olvino ajudou em todos os trâmites burocráticos para a fundação da ACIAR. Depois que a entidade foi fundada, ele continuou atuando. Utilizava seu carro particular e bancava o combustível para convocar os comerciantes a participarem das assembleias iniciais e das reuniões posteriores. “Eu acreditava muito na associação comercial, tanto que investi financeiramente e o meu tempo depois que ela foi fundada”, afirma.
Dedicado à comunidade e ao trabalho, Olvino também colaborou para fundar o Lar dos Velhinhos e, mais uma vez, sua inspiração foi uma entidade semelhante existente em Araçatuba. Aliás, em Registro, ele chegou a atuar em 14 entidades, sendo inclusive comissário de menores. Essas participações o obrigava, muitas vezes, a sacrificar o tempo em família. “Mas tivemos êxito”, ressalva Olvino, que atualmente mora em Curitiba e tem 75 anos de idade.
Em 1976, Olvino aceitou assumir a presidência da ACIAR. Meses depois de ser eleito, ele foi transferido pelo banco para uma agência em Ponta Grossa, no Paraná. Seu trabalho e o relacionamento que manteve com a comunidade, no entanto, rendeu frutos. Ao sair de Registro, Olvino deixou o Banco Bandeirantes em primeiro lugar entre as agências instaladas em Registro.