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Consultas Boa Vista

Carlos Botelho


Nome de Parque Estadual na região, 

médico exerceu a função de Secretário

da Agricultura do Estado de São Paulo

 

Carlos José de Arruda Botelho, mais conhecido como Dr. Carlos Botelho, nasceu em Piracicaba em 14 de maio de 1855. Primogênito de Antônio Carlos Botelho, o Conde do Pinhal, começou seus primeiros estudos no tradicional Colégio de Itu, dos jesuítas, em 1867. Nesse ano mudou-se para o Rio de Janeiro, onde continuou os estudos cursando até o 2º ano da Faculdade de Medicina. Em 1875 viajou para a França, matriculando-se no 3º ano da Faculdade de Medicina de Paris, onde recebeu o grau de Doutor em Medicina no ano de 1878.

 

Se especializou em Cirurgia e, pouco depois de seu regresso da França, casou-se no Rio de Janeiro com Constança de Brito Souza Filgueiras. Conta-se que a esposa foi a grande incentivadora e inspiradora de Carlos Botelho durante sua carreira de médico, político, agricultor e colonizador brasileiro.

 

Como primeiro diretor clínico da Santa Casa de São Paulo, de 1891 a 1894, ele promoveu diversas melhorias, entre as quais, uma sala asséptica de operações – iniciativa pioneira e de fundamental importância para a época. Abriu também a Casa de Saúde do Braz, que se destacou pelas inovações dos tratamentos que proporcionava. No campo da medicina, Carlos Botelho pode ser considerado um dos expoentes dos primórdios da cirurgia paulista, especialmente na urologia.

 

Ligado à terra pelos antecedentes familiares, dono de propriedades agrícolas de importância, também se dedicou a trazer inovações no setor produtivo. A revolução que empreendeu começou em suas próprias fazendas: a Dourado, em Iguape, e a Lobo, em São Carlos, onde demonstrou que era possível multiplicar a produção preservando a fertilidade da terra.

 

Carlos Botelho foi secretário da Agricultura em São Paulo de 1904 a 1908, durante o governo de Jorge Tibiriçá, pasta que compreendia também os setores de Comércio, Obras Públicas, Viação, Navegação e Iluminação. Nesse cargo prestou relevantes serviços, como a reintrodução da cultura do algodão, a introdução da cultura do arroz pelo sistema de irrigação, levantamento da carta geográfica do Estado, criação do Posto Zootécnico, importação de animais reprodutores, saneamento da cidade de Santos, abastecimento de água da Capital Paulista, criação de escolas agrícolas, como o Aprendizado Agrícola de Iguape, incentivando sempre a pesquisa.

 

Ainda como secretário, Carlos Botelho criou a Agência Oficial de Colonização e Trabalho, por meio da qual estabeleceu os núcleos coloniais de Nova Odessa, Nova Europa, Jorge Tibiriçá, Nova Paulista e Gavião Peixoto. Em 1907, antes do primeiro grupo oficial de imigrantes japoneses, Botelho providenciou a vinda de alguns deles, que foram para a Fazenda Dourado, em Iguape, de propriedade de seu pai. Com o sucesso da iniciativa, vieram depois – oficialmente – os 796 japoneses que desembarcaram do navio Kasato Maru, em Santos.

 

Por ter assinado o contrato da vinda dos primeiros imigrantes japoneses em 1908, Carlos Botelho é considerado o Patrono da Imigração Japonesa no Brasil. Durante as comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, em 2008, recebeu homenagem da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, por meio da inauguração de seu busto na Sede do Parque Estadual Carlos Botelho. Fundador da Sociedade Rural Brasileira, ele ainda atuou como Senador da República.

 

Já afastado dos cargos públicos, Carlos Botelho dedicou-se aos cuidados de suas propriedades agrícolas. Morreu no dia 20 de março de 1947, em São Carlos, aos 92 anos de idade.